Mauro Virgilio, especialista na área, apresentou ao público o tema como um dos pilares sociais da estratégia ESG

Ele trouxe a Avaliação da Saúde e Segurança em Trabalhadores da Indústria (ASSTI) como método eficiente de diagnóstico, que faz percepções de qualidade de vida no ambiente laboral

Mauro ainda apresentou soluções simples e assertivas que podem impactar positivamente a empresa, contribuindo para a competitividade do negócio

Ambiente sustentável, seguro e saudável protege a vida do colaborador e ainda contribui para a competitividade do negócio, que ganha outra perspectiva sob o olhar diligente de um mercado cada vez mais atento à valorização da equipe. Em evidência no mundo, o tema foi destacado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi MT) durante o XII Encontro RHs do Agro 2024, nesta quinta-feira (10.10).

O Sesi levou o especialista na temática, doutor em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e líder do Grupo de Pesquisa em Estilos de Vida e Saúde, Mauro Virgilio, para falar sobre o assunto com os gestores de recursos humanos no agronegócio de Mato Grosso.

 

Ele apresentou ao público como a saúde e segurança do colaborador podem fazer parte da estratégia de Environmental, Social and Governance (ESG), uma abordagem que avalia como uma corporação incorpora no seu processo de tomada de decisão aspectos sociais, ambientais e de governança.

 

“As empresas estão buscando se posicionar por meio dessa estratégia, inclusive para fazer negócios. E uma maneira mais assertiva de começar esse trabalho é pela dimensão social. As instituições podem melhorar o escore ESG implantando intervenções que melhorem a saúde dos colaboradores. Podem ser intervenções relativamente simples, mas eficazes”, explica.

 

ASSTI

 

Para implementar soluções eficazes que promovam um ambiente de trabalho saudável e seguro, Mauro pontua que é necessário fazer um raio-x da empresa. Para isso, ele traz a Avaliação da Saúde e Segurança em Trabalhadores da Indústria (ASSTI) como método eficiente de diagnóstico, que faz percepções de qualidade de vida e do trabalho no espaço laboral.

 

O método é uma idealização do especialista e é utilizado pelo Sesi MT para criar programas que minimizem os problemas identificados por meio da ASSTI. A ferramenta consiste em indicadores e índices que consideram os fatores psicossociais, comportamentais, de redução de produtividade, demográficos, além de cultura de segurança, percepção de saúde, autocuidado e morbidade.

 

Com a ASSTI, é possível identificar em qual cenário determinada indústria está inserida a partir da análise dos dados coletados de uma amostra. Um extrato das condições crônicas dos industriários apresentado pelo especialista mostra que a depressão, hipertensão, obesidade e colesterol são as principais doenças que acometem os trabalhadores do setor.

 

“Este mecanismo permite o uso da tecnologia e inovação, algo que o Sesi vem fazendo nos últimos anos, em benefício de uma gestão mais assertiva, permitindo que as empresas ofertem ao trabalhador intervenções simples, mas necessárias, sem desfocar do negócio”, afirma Mauro, que citou algumas soluções simples de saúde e segurança que podem ser implementadas nas empresas, como avaliação de riscos à saúde, livro de autoajuda, aconselhamento por telefone, boletins de saúde, entre outras.

 

Soluções do Sesi MT

 

O Sesi MT desenvolve diversas soluções com base nos resultados da ASSTI. Entre elas, o superintendente da instituição, Alexandre Serafim, destaca o projeto Promoção, Monitoramento e Valorização da Vida (Promovi), desenvolvido, inicialmente, nas indústrias Plastibras, de Cuiabá, e Estofados Santos e Indústrias Química CMT, de Várzea Grande.

 

Cerca de 200 trabalhadores participaram das ações do projeto, que visam à saúde e à qualidade de vida, com a prática de atividades físicas duas vezes por semana, em aulas de 40 minutos cada, além de oficinas de nutrição e psicologia. “O Sesi concentra esforços para auxiliar no fortalecimento da indústria de Mato Grosso, mas sem um colaborador saudável e seguro, é difícil, porque a competitividade do setor está entrelaçada na força de trabalho e é imprescindível pensar em estratégias que assegurem qualidade de vida no espaço laboral”, diz Serafim.

 

Sobre o evento

 

O XII Encontro RHs do Agro 2024 é promovido pelo Grupo RHs do Agro, em parceria com o Sesi, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), em Mato Grosso. O evento iniciou nesta quinta-feira e segue até sexta-feira (11.10), com diversas palestras, além do stande do Sesi para os gestores conhecerem os serviços disponibilizados pela entidade.